quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

NADE COM OS TUBARÕES


A cartilha tradicional de negócios manda estudar o mercado, desenvolver pesquisas, fazer um business plan detalhado antes de abrir um negócio. O mundo atual, dinâmico, mutante, volátil, exige uma outra atitude dos empreendedores, sobretudo os da indústria criativa.

Nadar com os tubarões significa construir o negócio dentro do mercado e não com uma visão teórica, idealizada e construída dele. O mercado se faz a partir das demandas e necessidades dos clientes, e um entendimento profundo desse cliente, a ponto de projetar suas demandas futuras.

Não estou sugerindo abandonar o business plan, mas sim fazê-lo junto com o cliente, mergulhado no mercado. E sempre com o negócio em funcionamento. E também não estou dizendo que essa proposta se conecta com todo tipo de negócio, mas com certeza com todos os negócios criativos do território nacional, em plena crise e em meio a terremotos e trovoadas.

Nadar com os tubarões pode ser uma boa pedida se você está sentindo a necessidade de mudar os rumos, de repensar o seu negócio, reconstruir o mercado, refazer as bases da sua empresa, virar a chave, sair da caixa, ou alterar o modelo mental. O lado bom da crise que invariavelmente ela nos obriga a reinventar o negócio.

Ninguém está sugerindo também sair feito touro louco atropelando tudo, dando de ombros ao planejamento e ao pensamento estratégico. Muito pelo contrário. Pensar e planejar são tão fundamentais para o sucesso de um empreendimento quanto fazê-lo acontecer. Se essas coisas andam juntas, a empresa ganha em agilidade e potencia de mercado. Nas indústrias criativas é imperativo fazer e refletir sobre o que faz.

Comparo o processo de desenvolvimento de um negócio criativo ao da própria criação artística. Por mais que imaginemos e planejemos uma obra, ela só ganhará forma a partir do primeiro movimento, pincelada, acorde ou parágrafo.

No livro "Do Sonho à Realização em 4 passos", Steven Gary Blank cria uma metodologia eficaz e apropriada para o nosso tempo, de extrema incerteza, com mudanças de cenário repentinas e mercados muito dinâmicos. Em vez de supor como o ambiente externo vai se comportar, ele busca solucionar a antiga fórmula de aprendizado de tentativa e erro, utilizando as inconsistências do projeto para recompô-lo e remodelá-lo, adequando-o a uma situação de maior aceitação do mercado.

Estamos falando de uma transformação profunda no modelo mental, sobretudo quando tratamos de criadores, que muitas vezes tratam seus empreendimentos como filhos, tamanho o envolvimento emocional. A resistência em se adaptar aos aspectos (e apelos) do mercado continua sendo um importante entrave para a rentabilização de negócios criativos.

É o império da versão beta, mais tarde aprimorado por Eric Ries em seu indispensável Startup Enxuta (vamos falar de Eric dele no passo 5). A lição, de forma reduzida, é a seguinte: prepare uma versão inacabada do seu produto, teste-o junto a um mercado restrito e qualificado, receba os feed-backs, aprimore-o e coloque a versão testada a um público mais amplo. E com isso, economize tempo e dinheiro planejando em cima daquilo que você já domina.

E depois de nadar com os tubarões, busque o oceano azul. Ele está logo à sua frente.

Fonte: http://www.empreendedorescriativos.com.br/single-post/2016/08/06/NADE-COM-OS-TUBAR%C3%95ES

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